Red Rose Casino

O percurso até o cassino fora extremamente divertido. Théo e Mari ficaram conversando sobre sexo enquanto eu, curtia em meu som mais uma das minhas queridas bandas de blues, que Théo achava cafona e me pedia para por Lady gaga enquanto eu usava o argumento "Não, o carro é meu e eu ouço o que eu quiser!"... Entrei no estacionamento do cassino, ao lado de um carro que acabava de estacionar também. Desci do veículo já sabendo quem era só pelo modelo do carro.  — Natasha! Você por aqui? — Perguntei vendo Natasha trancar o carro. Geralmente eu e Natasha nos cruzávamos bastante já que meu cabaré e o bordel dela ficavam na mesma rua e nós duas eramos do Instituto.

Quando Marina e Théo deixaram o carro o tranquei dando um clique no alarme do carro que estava no meu chaveiro de caveira. Em grupo entramos finalmente no salão principal do cassino, meus passos eram confiantes e meu queixo permanecia erguido, como sempre. Como o cassino era um local de luxo, era bem frequentado por viscondes, marqueses e até mesmo alguns reis e rainhas. Era possível ver acompanhantes de luxo, que diferente de Marina, sempre estavam bem vestidos, tanto homens quanto garotas. Diferente da maioria dos cassinos, o Red Rose era conhecido por seu ótimo gosto por músicas exóticas e a música que tocava, era uma música oriental com batidas eletrônicas porém com um toque de música clássica formando uma mistura... Um garçom passou por mim e eu e Natasha tomamos taças de champanhe na mão e fizemos um brinde antes dela me puxar para uma das mesas de poker para ver que era o sortudo ou sortuda da vez, antes de trocarmos nosso dinheiro por fichas e começarmos a apostar.

O Instituto estava um grande tédio... Saí de lá procurando algo para fazer, parei no bordel para chegar se tudo estava bem e se todas as minhas funcionárias do dia estavam la, e como estava tudo certo decidi me aventurar perder um pouco de dinheiro no cassino.

Parei meu carro e quando estava descendo ouvi uma voz já conhecida. — Emmie! Quanto tempo queridinha! — Logo depois vi Marina sair do carro semi nua, apenas com lingerie e a jacketa de couro, que era maior do que ela por tanto pressenti que era de Remy já que, a Remy com seus 1,71 de altura era literalmente um mulherão. Disse oi para Marina e para o garoto que as acompanhava e junto com o grupo entrei o cassino. Como Remy e eu já frequentávamos o lugar, fomos direito para a mesa de poker, era importante saber quem era o sortudo da vez para nos unirmos a eles e tentarmos ganhar os jogos pelo menos algumas vezes. Marina com seu jeito vulgar e adorável veio até nós, ameaçando a fazer topless no meio do cassino o que fez Remy revirar os olhos e me fez gargalhar.

Ao ver Marina se distanciar da mesa, dei um beijinho na bochecha de Remy e fui atrás da mesma. Vi ela entrando com uma garota no banheiro e ergui uma sobrancelha. Mas o que eu queria dizer para Marina sobre o trabalho era importante e eu tinha certeza que depois de uns goles de bebidas alcoólicas eu me esqueceria. Entrei no banheiro com passos rápidos empurrando a porta sutilmente — Marin... — Me auto interrompi ao ver a cena. Fiquei sem reação e respirei fundo, mas antes que eu pudesse dizer algo, Marina me deu um selinho e saiu do banheiro. Suspirei indo atrás dela mais uma vez a puxando pelo braço de leve, para não machuca-la. — Por favor, me dê um minutinho da sua atenção! — Disse com um sorriso sereno. — Você poderia dar um pulo no bordel esse final de semana? Sei que não é o seu dia, mas uma das garotas adoeceu e se eu não substituí-la por outra loira, um cliente muito importante ficará na mão! —  Suspirei passando as mãos por meus cabelos e a olhando profundamente nos olhos com um sorriso. 

O cassino já estava lotado. Logo Marina sumiu na multidão e Natasha foi atrás. Olhei para os lados me perguntando aonde Théo estava e foi procura-lo. Senti o celular vibrar no bolso do short e quando vi a foto de Ronan resmunguei. Não estava afim de ter que ir embora dali para trabalhar. Suspirei indo pro lado de fora torcendo para que não fosse nada sério ou de muita importância.

Quando chegou a um ponto onde o barulho da música já não mais atrapalharia a conversa atendi o celular. Ouvi tudo o que Ronan disse e concordei. Logo desliguei o celular e voltei para dentro, voltando a procurar Théo e quando o encontrei o encontrei sentei ao lado dele com expressões melancólicas mas um sorrisinho leve no rosto. Théo nunca era tão quieto assim, por um tempo me preocupei, ele sempre gostava de estar no meio das pessoas se divertindo, ms parecia que algo o preocupava.  

Quando Marina concordou em ir trabalhar um sorriso leve brotou em meus lábios. Ao ouvir a menina se desculpar coloquei uma das mãos em seus ombros dizendo— Você não tem que se explicar! — Logo depois Marina me deu um beijo na bochecha e virou de costas para mim. Comecei a andar no caminho contrário até algumas caça-niqueis e o cheiro de Marina voltou a invadir meu consciente. Virei-me para trás observando ela se aproximar de mim novamente. Quando ela disse que estava bêbada ri suspirando e me aproximei mesmo vendo que ela já estava chegando mais perto para caso ela quisesse se apoiar em mim. Ao ouvir o comentário sobre a minha aparência olhei profundamente nos olhos de Marina a fazendo olhar nos meus mesmo que ela não quisesse. — Obrigada... — Agradeci sem tirar meus olhos dos olhos dela. Quando Marina se aproximou ainda mais de mim mordi o lábio inferior olhando para o chão enquanto ouvia o comentário sobre meu vestido. Voltei a olha-la nos olhos dizendo  — Eu adoro o jeito que você fala! E acredito que esse fato seja mesmo verdade... Quem sabe um dia eu não descubra... — Olhei para o corpo da garota semi nua  — Eu tenho que ir, os negócios não param e a noite só está começando no bordel! — Dei as costas e sai andando para fora dali rumo ao meu carro.

Ao entrar no carro olhei minha aparência no retrovisor retoquei o batom e sai dali rumo ao bordel.

Sorri quando ele sugeriu que subíssemos, a vista além de encantadora ainda permitia um pouco de paz para que eu e ele conversássemos, e já que Marina e Natasha haviam subido, a gente poderia enviar mensagens nos celulares dela para que elas nos encontrássemos la— Essa é uma ideia brilhante! — Sorri vendo o garoto se aproveitar de um garçom. Ri o pegando pela mão e o puxando para um dos elevadores.

Claro que não perdi a oportunidade de arrumar o meu cabelo e retocar meu batom mais uma vez no espelho do elevador. Quando ele abriu, Théu e eu saímos de lá rumo ao parapeito do prédio aonde olhei para baixo e vi a cidade iluminada. Sorri. — Sabe... Eu não estava muito bem esses dias atrás! Sair com vocês, foi a melhor coisa que eu decidi fazer nos últimos meses! — Suspirei olhando para o garoto enquanto um vento não muito forte jogava meu cabelo para trás.

Depois de um tempo olhei no relógio, já estava passando da hora de eu ir. Abracei Théo me despedindo e coloquei rumo ao estacionamento, passando por entre pessoas bêbadas e viciadas em jogo. Ao chegar no estacionamento vi que o carro de Nat já não estava mais ali, provavelmente havia ido para bordel. Sorri fraquinho entrando no carro.
Sai dali rumo ao Instituto.